Como sabemos, a microbiota é importantíssima para a saúde humana, tanto a curto quanto a longo prazo. De acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), possuímos 100 vezes mais genes microbianos do que humanos, por conta da grande quantidade de microrganismos que hospedamos.
“Os microrganismos que vivem no corpo humano colonizam virtualmente todas as superfícies expostas ao ambiente externo. A microbiota está presente na boca, estômago, intestino, tratos geniturinário, respiratório, olhos, pele etc. Embora se distribua por todas as áreas de contato com o exterior, a maior parte da colonização ocorre no trato gastrointestinal.”
Dito isto, sabe-se que a formação da microbiota e, consequentemente do sistema imunológico, ocorre durante a gravidez, parto, amamentação e até na fase de desmame. São esses períodos que determinam o funcionamento do sistema imunológico que o indivíduo terá quando for adulto.
Dada a importância do tema, cada vez mais surgem produtos no mercado que afirmam auxiliar na microbiota, seja através de estímulos ou em sua composição, nas diferentes regiões em que está presente, mas com foco para o trato gastrointestinal. Dentre tais produtos, existem quatro tipos: os probióticos, os prebióticos, os simbióticos e, os mais recentes, os pós-bióticos.
Os probióticos são microrganismos vivos que proporcionam benefícios para a saúde do hospedeiro. Os prebióticos são substratos alimentares que não são digeridos pelo organismo, mas que estimulam a ação dos micróbios do nosso intestino. Os simbióticos são uma junção dos dois componentes anteriores.
Já a definição de pós-bióticos, assim como sua composição, foram detalhes pontuados há pouco. Em 2019, a Associação Científica Internacional para Probióticos e Prebióticos (ISAPP) realizou um painel com especialistas de diversas áreas (nutrição, gastroenterologia, pediatria, microbiologia etc.) para definir e padronizar a classe de pós-bióticos. A ISAPP é uma organização sem fins lucrativos de pesquisadores e cientistas que se dedicam ao avanço dos estudos de probióticos e prebióticos. Suas atividades são definidas por um conselho acadêmico de caráter voluntário.
No painel em questão [de 2019] foram considerados parâmetros de caráter científico, comercial e regulatório que giram em torno do tema “pós-bióticos”. Com isso há o estabelecimento de um ponto comum para o desenvolvimento de pesquisas futuras, independentemente da área.
Na referida reunião, foi acordado que os componentes pós-bióticos são uma:
“(...) preparação de microrganismos inanimados e/ou seus componentes que conferem um benefício à saúde do hospedeiro”.
O termo em si sugere “após a vida”, ou seja, são produtos não vivos. A ideia de que tais componentes podem ser benéficos para a saúde não é recente, mas muito se tem discutido sobre o assunto e por isso a importância da discussão sobre parâmetros e terminologias.
Além disso, outra discussão do painel foram as evidências obtidas dos efeitos dos pós-bióticos para a saúde, pois eles podem ser mecanismos de ação contra várias doenças.
Para ler o texto na íntegra acesse: https://go.nature.com/3hcpzvC
- Fontes: Gabbia Insights (Edição 32, dezembro de 2021) e SBD.
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